Começou
com um olho de areia no quintal da casa do velho Quincas, na cidade de
Soledade. Um pequeno olho de areia de dois palmos à sombra da goiabeira. O
velho Quincas, tísico, mal comia, mal andava, morreu meses depois sem tomar
conhecimento daquele olho de areia. A primeira vítima foi justamente a
goiabeira, depois que o olho de areia branca lhe envolveu a raiz, sufocando-a.
O olho arenoso continuou crescendo, matou os quintais e se estendeu para a área
contígua, o sítio de Zé Lima.
Assim
começa o romance O Povo do Lago de
Neuton Lelis. Misturando a realidade dura e crua do nordeste brasileiro com a
realidade fantástica, ele tece um enredo saboroso com personagens marcantes que
transitam por uma história ora mágica, ora fantasiosa, ora tão real, que a verdade
que habita nos diversos rincões destes brasis surge em toda sua nudez...
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