Translate

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

A farsa da revista Veja

Reportagem da Veja desta semana sob título, As conversas impróprias do ministro, narra o encontro de José Eduardo Cardoso, ministro da justiça, com Sergio Renault, advogado da UTC, envolvida nas denúncias do Petrolão. A reportagem narra detalhadamente os diálogos entre os dois. A matéria, contudo, não diz em nenhum momento como a revista teve acesso a essas conversas. O ministro nega o teor da conversa. Além do ministro e do advogado da UTC, que segundo a reportagem pode receber até 3,5 milhões em honorários, estava Sigmarina Freitas, ex-deputado do PT, partido do ministro. Teria ele sido a fonte da Veja, que persegue o seu partido com uma fúria desmedida? O advogado e ministro teriam uma conversa comprometedora na presença de uma testemunha que não merecia confiança e que estava como negociador do encontro? Ou teria a Veja mais uma vez mentido, tudo sendo apenas mais uma farsa da revista, que colocou o dono da UTC, empresário nordestino, ou seja sob medida, para ser o chefe da corporação de empreiteiros, dos maiores empreiteiros do país, acostumados a se organizarem para retalhar licitações Brasil afora há milhares de anos? A Veja tem usado politicamente o mensalão e agora o Petrolão de maneira ostensiva e ruidosa. No Brasil, diferente do primeiro mundo, a mídia não é obrigada a revelar as suas fontes na justiça,quando isto se faz necessário

Semana passada a Veja também trouxe uma conversa entre assessor de Lula e José Dirceu, E  este é o padrão das reportagens romanceadas da revista, desde o seu lançamento na década de 60, recheadas de diálogo comprometedores, entre duas, três pessoas, seja em cabine de avião, quartos, elevadores, etc. É como se a revista fosse uma entidade fantasmagórica capaz de vigiar todos cidadãos brasileiros, onde quer que estejam e em qualquer hora. O brasileiro acredita piamente nestas histórias, a grande maioria por relaxamento, ingenuidade e os famosos por interesse. E isso vai parar nos tribunais como prova...

Ibsem Pinheiro foi degolado no auge sua carreira política, quando era incensado pelo impeachment de Collor, presidido por ele, com uma reportagem da revista sob o título, Até tu, Ibsen, onde era denunciado por depósito de um milhão de dólares em paraísos fiscais. Mais tarde o autor da reportagem assumiu que tudo não passou de um erro, quando um recibo de 1000 dólares foi digitado como sendo 1 milhão. Ibsen não acionou a revista por dano moral, ou seja, ainda tinha medo de algo...

Houve a conversa entre o advogado e o ministro da Justiça com o objetivo de aliviar o processo do Petrolão? Não há elementos na própria reportagem para garantir a veracidade disto. Por outro lado, que poder teria o ministro da justiça para deter um processo lá na justiça de Curitiba, que é o assunto principal da mídia? Nenhum, mas nenhum mesmo. O advogado não seria ingênuo para acreditar nisto.  Basta ver o caso do Mensalão...Tudo só mudará quando o assunto sair da fervura da mídia e já não tiver rendimento político...

Nenhum comentário:

Postar um comentário