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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O SUS e a medicina privada

O governo Lula protagonizou uma mudança extraordinária na saúde pública. Hoje não existe município brasileiro sem médicos, enfermeiro, auxliares de enfermagem, dentistas, etc, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Esse atendimento em ações primárias abrange a clínica geral, ginecologia, pediatria e os programas de prevenção na saúde. Este é o campo de atuação da Programa da Saúde da Família. O recurso vem do governo federal e permitiu que os pequenos municípios pudessem contratar médicos. Quando falta médico é porque o município tem deficiências administrativas e com tanta oferta de emprego o médico pode escolher a qualidade do serviço. Todo esse atendimento está no bojo do SUS.

A deficiência dessa assistência médica pública acontece quando o atendimento passa para a média e alta complexidade. Isto inclui internamento, exames caros, consultas com especialistas. E aqui Lula não foi capaz de mudar por uma razão muito simples. É impossível para qualquer presidente mudar essa realidade da assistência médica sem que haja uma democracia consistente, um nível educacional excelente, com um padrão de cidadania capaz de formar uma opinião pública independente da grande mídia. E a explicação disto é fácil de se entender. Quem comanda o SUS é a poderosa corporação médica privada, em todos níveis da administração pública, seja municipal, estadual ou federal. Quem escolhe o secretário de saúde do município é a corporação de planos de saúde, rede hospitalar privada, associações médicas da especialidades. Obviamente o secretário estadual de saúde e especialmente Ministro da Saúde também são escolhidos deste modo. Então a medicina privada delimita até onde o SUS pode atuar. Fora disto existe uma espera tão grande pelo atendimento que o cidadão só tem duas saídas: Pagar um plano de saúde ou pagar o tratamento particular. Obviamente que essa é um opção que não está ao alcance de todos. Qualquer presidente que tente mudar essa situação enfrentará ataques sangrentos da mídia. Lula pelo tanto que fez já está amaldiçoado na mídia para sempre.

A realidade é que essa corporação médica privada tem poder junto a mídia pois são grandes anunciantes e também cuidam das campanhas e da saúde dos políticos. Dai o sacrifício de muitos para pagarem um plano de saúde. Lula paga um plano de saúde. Heloísa Helena não paga, mas por ter notoriedade política, seu atendimento recente de um enfarte pelo SUS foi tão espetacular que virou notícia. Políticos como FHC e outros se tratam nos EUA e Europa, o que é muito comum  no PIG.

Enquanto a opinião pública no Brasil estiver controlada pela Globo, Folha de São Paulo, Estadão, Veja, Band e a classe média do Brasil for ignorante e preconceituosa, viveremos sob a assitência médica de um SUS capenga. Afinal, se o SUS fosse excelente por que alguém pagaria plano de saúde ou deixaria de comer para pagar uma consulta, um exame, uma cirurgia na rede privada? A classe média no Brasil é decapitada por persuasão, como no conto de Machado de Assis e o pobre tem que contar com a sorte.

E ainda tem as fraudes. É bom lembrar que existe uma rede privada que diz que atende o SUS...


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