A “falta de comunicação” e de um plano de emergência fez com que as fortes chuvas na região serrana do Rio resultassem em uma tragédia maior do que a ocorrida em Queensland, na Austrália, também submersa recentemente pelas águas.
A opinião é de Margareta Wahlström, subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres. “Por causa da ocorrência de ciclones, a Austrália já tinha começado a se preparar para o imprevisível. As autoridades sabem como evacuar as áreas e a população escuta as orientações pelo rádio”, explicou à BBC Brasil.
No país da Oceania, inundações em três quartos do Estado de Queensland haviam provocado 15 mortes até a última quinta-feira, 13. Na serra fluminense, o saldo de mortos passou de 400 na tarde do mesmo dia.
Para Wahlström, o Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes. Ela cita como exemplo iniciativas de outros países em desenvolvimento, como a Indonésia, que “apesar de ser uma nação pobre, têm planos de evacuação diante de ameaças de terremoto e de erupção de vulcão, por exemplo”. “São iniciativas que salvam vidas”, diz ela.
PLANEJAMENTO – Monitorar as áreas de risco e montar um sistema de alerta – com a designação de um líder para orientar a população e a criação de abrigos pré-definidos para receber moradores – são medidas consideradas básicas por Wahlström para evitar mortes como as ocorridas em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.
“As pessoas precisam saber para onde ir e como ir, qual seria o caminho mais seguro. Uma solução comum são centros comunitários preparados para receber a população”, afirmou à BBC Brasil.
“No Brasil, ainda há muito a ser feito em termos de planejamento urbano. Os governos têm que trabalhar com a população e realmente proibir construções em áreas de risco. Muitas regulamentações existem, o problema é que nem sempre são cumpridas”, disse a subsubsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.
Economia
Segundo Wahlström, os desastres naturais nos últimos 10 anos provocaram prejuízos de quase US$ 1 trilhão na economia global. São perdas que poderiam ser, em grande, parte evitadas.
Um estudo citado pela representante da ONU aponta que, para cada US$ 1 investido em prevenção, é possível economizar pelo menos US$ 7 em resgates e reconstrução. “Não é necessário sofrer assim. Há uma escolha (a ser feita), e a escolha é planejar.
“O número de desastres vai continuar crescendo, e todo investimento em planejamento é um bom investimento”, opinou.
Informações de Último Segundo
Blog Livre- Já tem 37 ministérios, mas falta criar o Ministério da Defesa Civil. Essa é um obviedade que o temeroso governo Dilma ainda não percebeu, mesmo diante da amplitude da tragédia...
Olá Neuton! Muito bom seu post. É imprecionante como somos despreparados no que se refere a planos de emergência para salvar vidas. Tomei liberdade para divulgar estas ricas informações em blog. Desde já obrigado por seu blog existir!
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