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Colchão Na segunda-feira, depois que o índice da bolsa brasileira já estava caindo havia três dias, os investidores estrangeiros resolveram sair do Brasil como forma de preservar a maior parte do que tinham ganho no mercado de ações nos últimos doze meses, algo como 102% de lucro, na medição oferecida pelo índice Bovespa, formado pelas ações mais negociadas em São Paulo. Em meio à agitação e à crise de confiança, a procura de moeda forte foi tão grande que na terça-feira o Banco Central chegou a vender 10 bilhões de dólares em sete leilões consecutivos. Desses 10 bilhões, segundo informou Maria do Socorro Carvalho, do Banco Central, 5 deixaram o Brasil, e o volume das reservas internacionais nas mãos do Banco Central caiu de 60 para 55 bilhões. "Na hora da incerteza, o capital sai da posição de risco e vai até para debaixo do colchão, se isso lhe parece o único investimento seguro", diz o ex-ministro Mailson da Nóbrega.
De uma hora para outra, o Brasil, que era confiável, tornou-se extremamente desconfiável. Na quinta-feira, o Banco Central tentou reverter o quadro com um choque elétrico no coração. Dobrou as taxas de juro, de 22% para 46% ao ano, para manter o interesse dos investidores internacionais. É uma taxa astronômica, irresistível para quem tem qualquer poupança em condições de aplicar. No dia seguinte, o mercado de ações reagiu com alta de 1,5%. Ainda assim, a semana negra chegou ao fim com perda de um terço no valor das ações desde a eclosão do fator Hong Kong. Para o brasileiro que quer distância da bolsa de valores, ou que nunca viu um maço de dólares pela frente, os reflexos da crise financeira também estão à vista. Eles aparecerão daqui por diante na forma de juros mais altos no banco e na loja, compras mais caras a prazo e uma elevação brutal das dificuldades para dependurar-se no cheque especial ou no cartão de crédito. O Natal promete ser mais magro. E há perspectiva de certa retração geral da economia. As taxas de crescimento nos próximos meses podem ser quase nulas.
Nessa tragédia, que culminou com a falência do Brasil e o fim do Plano Real, em 1999, os ricos ficaram mais ricos. Até 1999 o Plano real mantinha por decreto 1 dólar valendo 1 real, o que destruiu a economia brasileira. Os 55 bilhões de dólares das reservas foram a zero e tivemos que buscar socorro no FMI.Por determinação do FMI o dólar passou a ter câmbio livre. Hoje nós estamos vendo no PIG a tentativa de controlar o Banco Central e, a pretexto da guerra cambial no mundo, quer mesmo é colocar pólvora no câmbio para jogar o dólar nas alturas. A elite guarda uma fantástica fortuna em dólar e quer ver o dólar forte...
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