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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Relembrando o desastre econômico,que começou em 1997, matéria da Veja

Para que as pessoas compreendessem com mais clareza a lógica do Plano Real, em 1994 o então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso comparou várias vezes o Brasil ao México. No final daquele mesmo ano, o México foi à lona e os tucanos mudaram o discurso, passando a explicar que México e Brasil nada tinham em comum. Agora, depois que a Tailândia ruiu e Hong Kong mostrou que é um tigre de papel, a idéia de vender o Brasil como uma ilha invulnerável continua produzindo comparações otimistas em Brasília. O que se repete por lá é que o Brasil está guarnecido por uma muralha contra ataques especulativos ao real, como disse o próprio presidente Fernando Henrique na semana passada. Nos últimos dez dias, no entanto, a bolsa de valores brasileira sofreu uma das maiores quedas de sua história, uma torrente de dólares fugiu para o exterior e uma onda de pânico varreu o mercado financeiro nacional, que afundou mais do que qualquer outro balcão de papéis espalhado pelo planeta. O desastre demonstra que não importa se o Brasil se parece ou não com o México, ou se ele é diferente ou não da Ásia. Importa, isso sim, que o Brasil foi o país que pior se saiu na crise que começou na semana passada. Pior: por mais que o discurso oficial insista em mostrar o real como um super-herói do capitalismo globalizado, o país pode muito bem naufragar num ataque especulativo contra sua moeda, como já ocorreu no México ou na Tailândia. Essa é a sombria realidade em que o Brasil acabou de entrar.
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Colchão  Na segunda-feira, depois que o índice da bolsa brasileira já estava caindo havia três dias, os investidores estrangeiros resolveram sair do Brasil como forma de preservar a maior parte do que tinham ganho no mercado de ações nos últimos doze meses, algo como 102% de lucro, na medição oferecida pelo índice Bovespa, formado pelas ações mais negociadas em São Paulo. Em meio à agitação e à crise de confiança, a procura de moeda forte foi tão grande que na terça-feira o Banco Central chegou a vender 10 bilhões de dólares em sete leilões consecutivos. Desses 10 bilhões, segundo informou Maria do Socorro Carvalho, do Banco Central, 5 deixaram o Brasil, e o volume das reservas internacionais nas mãos do Banco Central caiu de 60 para 55 bilhões. "Na hora da incerteza, o capital sai da posição de risco e vai até para debaixo do colchão, se isso lhe parece o único investimento seguro", diz o ex-ministro Mailson da Nóbrega.
De uma hora para outra, o Brasil, que era confiável, tornou-se extremamente desconfiável. Na quinta-feira, o Banco Central tentou reverter o quadro com um choque elétrico no coração. Dobrou as taxas de juro, de 22% para 46% ao ano, para manter o interesse dos investidores internacionais. É uma taxa astronômica, irresistível para quem tem qualquer poupança em condições de aplicar. No dia seguinte, o mercado de ações reagiu com alta de 1,5%. Ainda assim, a semana negra chegou ao fim com perda de um terço no valor das ações desde a eclosão do fator Hong Kong. Para o brasileiro que quer distância da bolsa de valores, ou que nunca viu um maço de dólares pela frente, os reflexos da crise financeira também estão à vista. Eles aparecerão daqui por diante na forma de juros mais altos no banco e na loja, compras mais caras a prazo e uma elevação brutal das dificuldades para dependurar-se no cheque especial ou no cartão de crédito. O Natal promete ser mais magro. E há perspectiva de certa retração geral da economia. As taxas de crescimento nos próximos meses podem ser quase nulas.


Nessa tragédia, que culminou com a falência do Brasil e o fim do Plano Real, em 1999, os ricos ficaram mais ricos.  Até 1999 o  Plano real mantinha por decreto 1 dólar valendo 1 real, o que destruiu a economia brasileira. Os 55 bilhões de dólares das reservas foram a zero e tivemos que buscar socorro no FMI.Por determinação do FMI o dólar passou a ter câmbio livre. Hoje nós estamos vendo no PIG a tentativa de controlar o Banco Central e, a pretexto da guerra cambial no mundo, quer mesmo é colocar pólvora no câmbio para jogar o dólar nas alturas. A elite guarda uma fantástica fortuna em dólar e quer ver o dólar forte...

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