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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

FHC zomba de Gilberto Freyre

Moradores de Paraty protestam contra a presença de FHC na conferência de abertura do FLIP. Em pleno ano eleitoral, o convite para FHC proferir a conferência de abertura da festa literária que esse ano homenageia Gilberto Freyre, o sociólogo pernambucano, não teria outra razão não fosse o uso eleitoral pró-Serra. FHC fez nos anos 50 guerra contra Gilberto Freyre. E seguiu na vida como um crítico contumaz  da obra do autor de Casa-Grande e Senzala. Ou seja, trata-se de convidar o inimigo para honrar o homenageado, o que representa uma falsa homenagem. Flavio Moura, diretor do FLIP, é um jornalista funcionário dos Frias- Marinho, o que afasta qualquer argumento a favor de uma mera coincidência sem objetivos de promoção eleitoral.

FHC sempre criticou a valorização da mestiçagem, a defesa da democracia racial de Freyre. Mas ele preferiu usar a sabotagem intelectual. A sua produção no campo da sociologia é pífia e descartável.

Exemplo de uma entrevista de FHC, extraída do site Nação Mestiça ,em que mostra a total falta de afinidade com Gilberto Freyre e ainda distorce e acusa...

Fernando Henrique Cardoso fez parte da chamada ”Escola Paulista de Sociologia”, baseada na Universidade de São Paulo (USP), que continha outro destacado teórico hostil à identidade mestiça, Florestan Fernandes. Segundo as entrevistas, Fernando Henrique Cardoso teria mudado suas posições, o que não transparece nas entrevistas:

“De que maneira a interpretação do Brasil feita por Freyre levou à criação da ideia (ou mito) de uma democracia racial? Hoje, estamos mais próximos de uma verdadeira democracia racial?

A questão da democracia racial foi seu calcanhar de Aquiles. De fato, Gilberto recusava a inferioridade dos negros, sobretudo dos mulatos, e, como disse acima, via contornos positivos na ordem social brasileira que mantinha mecanismos de mobilidade social, de fusão cultural e de miscigenação. Ao mesmo tempo, exibia laivos de antissemitismo e a todo instante se referia à eugenia ou qualificava pessoas em termos raciais. Pode-se dizer que contemporaneamente a sociedade brasileira seja racialmente mais igualitária? Menos perversa que a sociedade escravocrata, sem dúvida. Isenta de preconceitos ou de discriminações? Duvido. Os movimentos negros de hoje que recusam até mesmo a identidade racial dos ‘mulatos’ provavelmente lerão Gilberto Freyre como se fosse um apologeta da supremacia branca, com o disfarce da democracia racial, o que também é um exagero.”

http://nacaomestica.org/blog4/?p=1917

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