Joaquim Barbosa se aposentou aos 59 anos, no exercício da presidência do STF. A tradição dos ministros é que honrem o cargo até a aposentadoria compulsória aos 70 anos. Essa tradição é responsável pela qualidade e respeito que o Supremo sempre teve nos meios jurídicos e na sociedade. Apenas três ministros saíram aos 60 anos, assim que ganharam o direito. Nelson Jobim, aos 60, por ambição política e Ellen Gracie, aos 63, por aspirar cargo em corte internacional, são os dois mais recentes.
Joaquim Barbosa é um caso único. Ele sai aos 59 anos em um momento de popularidade conseguida com a ação Penal 470, o chamado Mensalão, onde se comportou de forma midiática e política. Ele chama isso de momento fecundo do Tribunal. Obviamente que seus opositores consideram como um capítulo irresponsável e desumano. Alguns condenados tiveram pena de 40 anos de prisão quando criminosos cruéis receberam metade desta pena na justiça comum. Julgamento igual ao da Ação Penal 470 jamais atingirá os partidos protegidos pelos donos do poder, que governam o país. A ira da Ação Penal 470 foi uma revanche contra o governo Lula, o período mais rico do Brasil.
Joaquim Barbosa esteve ausente do STF por longos períodos em função dor lombar. Afastamento de até seis meses dos ministros não necessitam de atestado médico. Em um episódio notório ele teve que voltar ao Tribunal por estar afastado e ter sido fotografado por um jornal com amigos em um bar no Mercado Central de Brasília. Quando se iniciou o julgamento da Ação Penal 470 tornou-se assíduo. Aí começou sua trajetória de astro popular...
Obviamente que a grande mídia vai oferecer outra versão de sua trajetória no STF. Joaquim Barbosa vai ser cultuado como herói da moralidade. Vai ficar sossegado até o sistema encaixá-lo em um cargo político, a Presidência da República...A ironia Suprema é que ele sempre acusou de politicagem, de chicaneiros, alguns de seus pares nos debates acalorados no plenário.
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