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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O rojão e as duas vítimas

Um cinegrafista morreu atingido por um rojão enquanto cobria uma manifestação, que a polícia reprimia com violência. Um jovem suspeito de ter acendido o rojão, que o outro jogou, foi preso sob acusação de homicídio. Os meios de comunicação soltaram os cachorros em cima do jovem, que segundo o delegado é bem visto no trabalho e por vizinho e vive quase na miséria. Rojão não é arma, mas sim artigo de festa junina e agora de festas de torcida e manifestações. Uma brincadeira perigosa que já deveria ter sido banida. Rojão é isso aqui

Essa tragédia do Rio de Janeiro tem duas vítimas. Um cinegrafista que trabalhava sem proteção, sem capacete, sem colete à prova de balas. Recentemente um fotógrafo perdeu um olho com uma bala de borracha disparada pela polícia em uma manifestação. A outra vítima é o jovem, acusado de homicídio, cuja pobreza o levou a participar do quebra-quebra das manifestações por 150 reais. E quem contrata esses jovens para serem violentos em manifestações? Basta verificar quem sãos os beneficiados com a descaracterização dos movimentos pela violência..

Foi a mídia quem transformou a Copa do Mundo e a Olimpíada a serem realizada no Brasil em um crime. Os jornais, tvs , revistas, portais da net, blogs começaram a campanha no dia seguinte a festa nas ruas que comemorava a vitória do Brasil na escolha como sede dos dois grandes eventos. A intenção era tirar o mérito do governo Lula. Depois o interesse ficou também comercial. Criaram a campanha do caos aéreo que aconteceria com os dois eventos e conseguiram privatizar os aeroportos brasileiros. A campanha foi tão grande que colocaram literalmente vinte, trinta milhões de pessoas nas ruas, protestando entre outras coias,  contra o desperdício de dinheiro na construção de estádios, enquanto o povo morria sem hospitais.

Acontece que a proximidade da Copa do Mundo, quando já começou a rolar o faturamento dos meios de comunicação, assim como das empresas, e também houve do acerto político dos donos de poder com Dilma, protestar contra a Copa do Mundo deixou de ser interessante. A Globo que chegou a deixar de apresentar a novela do horário para ficar transmitindo horas e horas de manifestação do povos nas ruas durante a Copa das Confederações, sempre realçando o glamour da cidadania dos cara-pintadas, jovens de classe média manipuláveis, passou a criminalizar as manifestações este ano. O termo utilizado para estigmatizar é black blocs, vândalos violentos, bagunceiros, descaracterizando os movimentos que resolveram continuar com as manifestações. O episódio do rojão mostrou que a violência é contratada por gente poderosa, que deseja criminalizar o movimento e assim contê-los com a violência do estado.

Essa mudança repentina da mídia mostra a extensão da imoralidade dessa turma. Desejam fazer o povo de bobo. Agora querem o povo de chuteira e calção ululando sela seleção brasileira...

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