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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O suicídio por medo da velhice

Há algumas semanas, um americano Martin Manley, jornalista esportivo, especialista em estatística, suicidou-se no dia do seu aniversário de 60 anos. O inusitado da história é que ele levou mais de um ano na preparação do ato final. Escreveu 70 textos em um blog programado para ser publicado logos após sua morte.

Martin Manley explicou nestes textos sua decisão. “Resumindo, ele diz que não tinha nenhum problema de saúde, não estava deprimido, não tinha problema financeiro – pelo contrário, tinha mais de US$ 200 mil em aplicações – estava cheio de amigos, mas estava levando a cabo uma decisão que já havia tomado muitos anos antes, a de terminar a coisa toda aos 60 anos porque não via sentido em prosseguir com a vida depois dessa idade”.

Em outro texto diz: Me responda, você prefere ser lembrado por um único dia graças a um obituário no jornal quando você já era tão velho que não importava mais para ninguém ou ser recordado por muitos anos por causa de um site como esse?”. 

E termina o blog assim: “A morte é inevitável. Portanto, a questão é: quero viver até quando seja humanamente possível ou quero controlar hora, modo e circunstância da minha morte?”

Martin Manley é o típico psicopata. Freud, que é a base teórica de todo conhecimento do psiquismo humano, não traçou o perfil do psicopata com mais detalhes. O seu foco era o neurótico. Por essa razão a imprecisão do entendimento da psicopatia, especialmente na psiquiatria. A psicanálise também se deteve em um traçado muito superficial. A divisão clássica da psicanálise, que coloca estruturação psíquíca do ser humano em três categorias, neuróticos, perversos e psicóticos, deveria ser completada com os psicopatas, que formam uma grande parte da sociedade, mais precisamente a elite dessa sociedade.

Os psicopata são os verdadeiros ateus. São completamente materialistas. Contudo, podem fazer parte de religiões se isso for necessário para polir sua imagem social. O psiquismo do psicopata não tolera o desprazer, o sofrimento. São ambiciosos e são diligentes na busca dos seus objetivos. Não são criminosos, contudo podem cometer um crime, sempre planejado, em defesa de seus projetos de vida. Jamais sentem culpa. Nunca frequentarão o consultório do psiquiatra e do psicólogo. São saudáveis e carismáticos...O suicídio acontece como um saída lógica diante de sofrimento inevitável e incontornável. 

A humanidade é constituída de neuróticos, governados pela maioria de psicopatas, mas a graças a justiça cósmica há neuróticos no comando também. O neurótico é um individuo em processo de crescimento,  cheio de dúvidas e fantasmas, em busca da verdade, em busca de Deus.


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