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terça-feira, 28 de maio de 2013

Sibutramina... na consulta particular

Sibutramina está proibida de ser comercializada na Europa e EUA para tratamento da obeidade. Essa proibição é consequência do estudo SCOUT ( Sibutramine Cardiovascular Outcomes) realizado na Europa, que envolveu 10 000 pessoas, inclusive da América Latina. Essas pessoas foram acompanhadas por cinco anos, Metade tomava a sibutramina 10 mg e a outra metade placebo. O tempo médio do uso de medicamento foi de 3,5 ano. O resultado do estudo mostrou que que 16 % dos pacientes do grupo da sibutramina tiveram mais doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais.

Este tipo de estudo epidemiológico é caro e não é realizado no Brasil. No entanto, é nivel II de evidência, perdendo apenas para revisão sistemática desses mesmos estudos. Isto significa medicina baseada em evidências. Por essa razão no primeiro mundo a sibutramina está proibida.

No terceiro mundo, Brasil, a sibutramina está liberada sem base em qualquer estudo de relevância. A providência foi remanejar a prescrição do medicamento para o endocrinologista particular. Bastou mudar a receita do medicamento para B2. Esta receita tem que constar impresso o nome do profissional. A receita B é no nome da instituição. Esta é a receita que tem no serviço público, porque o profissional não vai se dar ao trabalho de enfrentar a burocracia para confeccionar o receituário em seu nome.

Nenhum estudo de relevância mínima foi feito pela ANVISA. O paciente tem apenas que assinar um protocolo onde consta a recomendação de avisar aos órgãos competentes o aparecimento de feito colateral.   Obviamente que isto não tem validade para relacionar uma doença cardíaca com o uso do medicamento, E no Brasil tudo é subnotificado...

Aqui venceu o lobby dos endocrinologistas e da indústria farmacêutica....

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