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domingo, 24 de fevereiro de 2013

O caso da médica acusada de vários homicídios

A médica curitibana, Virgínia Helena Soares de Souza , 59 anos, acusada de matar pacientes na UTI do hospital Evangélico está presa; Ela já está condenada pela mídia. O processo contudo corre em segredo de justiça. Hoje mais três médicos anestesistas foram presos. O processos também em segredos de justiça. Até aqui já parece bem evidente que toda a denúncia se sustenta nos depoimentos de técnicos de enfermagem e enfermeiros. Essas denúncias originaram a investigação que durou um ano e contou até com um policial infiltrado na UTI como técnico de enfermagem. Ou seja, se não existir provas substancias, será insustentável  uma condenação apenas com denúncias de funcionários que queriam se vingar de uma chefe durona... Vamos aos fatos:

1= Todo paciente internado em UTI apresenta um quadro clínico instável e grave. Obviamente, que o risco de morte é alto. Como pode um parente suspeitar da morte de seu familiar internado na UTI? Só existe uma maneira: Uma insinuação de um funcionário da equipe da UTI poderia levantar a suspeita. No caso em questão um funcionário fez a denúncia e depois parentes e outros funcionários também se juntaram ao depoimento.

2= Esses funcionários odiavam a chefe acusada de matar os pacientes na UTI em que trabalhavam, o que levanta outro tipo de suspeita.

3= Sendo a acusada médica chefe da UTI,  com certeza tinha uma escala reduzida de plantões ou poderia até está fora da escala, o que limita ainda mais sua possibilidade de ação criminosa.  Em pacientes internados na UTI não existe a relação médico-paciente. Exceto em procedimento quando o paciente o paciente é admitido, o médico jamais é visto no leito do paciente. Simplesmente faz o acompanhamento dos parâmetros e sinais vitais, fazendo ajustes na terapêutica, quantas vezes forem necessárias em seu plantão. Toda manipulação do paciente é feita pela equipe de enfermagem

4= Não existe como o médico matar o paciente sem a cumplicidade da enfermagem, em UTI, onde o paciente nunca fica sozinho. Também não existe a menor possibilidade da enfermagem silenciar diante do médico desligando os aparelhos de um paciente ou aplicando uma injeção letal. O médico prescreve, não aplica a injeções.

5= Ninguém que seja do ramo acredita que exista a possibilidades de um médico agir sob suspeita dentro de uma UTI por tantos anos sem ninguém denunciar, Nenhum médico tem esse poder. Lembro de um médico influente que chegava com hálito etílico para um plantão da urgência e simplesmente ficava a noite toda no apartamento e não era chamado para nenhuma consulta. A enfermagem buscava um médico do outro setor para atender os pacientes. Em uma semana foi demitido do plantão...

6= Depoimentos divulgados na mídia informam que havia enfermeiros cúmplices da médica. No entanto, nenhum enfermeiro foi preso. Não existe nome de nenhum enfermeiro sendo acusado de ajudar a médica a matar pacientes.

7=Médicos plantonistas da UTI recebem salários. Não importa se o paciente é particular ou SUS. Não faz diferença a rotatividade do leito. Também não dá mais trabalho. Não existia motivo para que a médica matasse esses pacientes.

8= Em UTI os pacientes estão completamente indefesos. Isto gera maus tratos, relaxamentos e um chefe  tem que agir com dureza, tem que cobrar, exigir. Funcionários mal remunerados, estressados, que realmente trabalham muito em pacientes que exigem cuidados a cada minuto e o chefe tem que tem pulso para manter tudo sobre controle...]

9= O delegado disse que a médica não podia ser chefe da UTI, porque não tinha especialização na área.  Ela é intensivista há 24 anos e o que habilita o médico para exercer sua profissão em qualquer área é o diploma e não título de especialista. Isto é legislação do Conselho federal de Medicina, Título de especialista tem relação com publicidade médica e não com o exercício profissional. Existe uma deturpação disto por razões mercadológicas, nas campanhas feitas pelas associações de especialidades médicas.  O paciente morre em um lipoaspiração. O médico tem título de especialista? Tem! Então é uma fatalidade. Não tem!!! Aí é imperícia, imprudência. 

10= Os relatos de bilhetes de pacientes que diziam que o oxigênio foi desligado e que de repente uma enfermeira o salvou, precisa ser analisado. O paciente entubado tem um protocolo para desmame. Ou seja, sair do respirador para a respiração natural. Dentro do protocolo está previsto que no paciente em que  a  tentativa é feita e o paciente entra em sofrimento respiratório, volta-se a entubar e à ventilação mecânica. Isto causa sofrimento e desespero no paciente. 

Falta neste caso desta acusação provas mais substanciais do que a denúncia de funcionários que odeiam o chefe.  O problema é que o linchamento na mídia cresce a cada dia....A violência da investigação policial contra os profissionais médicos é dolorosa em um pais em que réus de crimes bárbaros gozam de impunidades e penas ridículas, por uma estranha proteção da mídia.

O sigilo do processo em que réus são detidos em transmisão ao vivo é injusto, porque protege os abusos da investigação policial

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