O pijama é a sina terrível no STF. Os ministros vitalícios, semideuses, amando o cargo que ocupam, o poder, os julgamentos lúdicos, os discursos hiperbólicos e floridos, trabalhando quando querem, não necessitam apresentar atestado médico para afastamentos de menos de seis meses, até que um dia chegam aos 70 anos, ainda em boa forma física e têm que compulsoriamente se aposentar, vestir o pijama, e ficar em casa vendo televisão, esquecido pelos amigos poderosos, longe dos holofotes...É um pijama eclesiástico!
O ministro Ayres Brito acaba de vestir o pijama. E começará a ler o Eclesiastes:
Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.
Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?
Uma geração vai-se, e outra geração vem, mas a terra permanece para sempre.
O sol nasce, e o sol se põe, e corre de volta ao seu lugar donde nasce.
O vento vai para o sul, e faz o seu giro vai para o norte; volve-se e revolve-se na sua carreira, e retoma os seus circuitos.
Todos os ribeiros vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios correm, para ali continuam a correr.
Todas as coisas estão cheias de cansaço; ninguém o pode exprimir: os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.
O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol.
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