Eric Hobsbawm, o intelectual que marcou o século XX, desencarnou aos 95 anos, nesta segunda-feira, em Londres. Ano passado esteve no Brasil em visita a Lula. Produziu até o final da vida e deixa um obra fundamental para compreensão sócio-política e econômica do século XX. Um historiador com vasta erudição e estilo inconfundível...
No Instituto Luma, em abril do ano passado
Lula enviou mensagem para a viúva.
Prezada Senhora Marlene Schwartz
Acabo de receber, com profunda tristeza, a notícia do falecimento do seu marido, o querido amigo Eric Hobsbawm, um dos mais lúcidos, brilhantes e corajosos intelectuais do Século XX.
Desde que o conheci pessoalmente, muitos anos atrás, recebi de Eric, como ele preferia que eu o tratasse, incontáveis manifestações de estímulo à implantação de políticas que incorporassem os trabalhadores aos benefícios e à riqueza produzidos pelo conjunto da sociedade brasileira.
Ao longo da última década, li com um sentimento de orgulho as entrevistas em que ele atribuía ao nosso governo a responsabilidade por “mudar o equilíbrio do mundo e levar os países em desenvolvimento para o centro da política internacional”.
Quatro meses atrás, poucos dias antes de completar 95 anos, Eric Hobsbawm enviou-me, por um amigo comum, uma carinhosa mensagem. “Diga ao Lula para seguir lutando pelo Brasil”, disse ele, “mas não se esquecer jamais da sofrida África.” A partir de agora meu comprometimento com os irmãos africanos passará a ser, também, uma homenagem à memória de seu marido.
Mais que um privilégio, foi uma honra ser contemporâneo e ter convivido com Eric Hobsbawm.
Receba e, por favor, transmita aos filhos, netos e bisnetos dele as minhas homenagens.
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