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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Boni, o ocaso do poderoso

Boni, o pai de Boninho, lançou suas  memórias, O Livro do Boni. Na divulgação do lançamento deu uma entrevista para Geneton Moraes. Boni foi o poderoso superintendente da Globo por algumas décadas. O seu reinado começou com a saída de Walter Clark em 1977. Clark ficou de 65 a 77 dirigindo a Globo e formatou o sucesso da emissora de Roberto Marinho, que contava com apoio americano do grupo Time-Life. Quando se falava em Globo, falava-se em Walter Clack, Isto incomodou Roberto Marinho e Clark saiu. Narcisista, acreditava que poderia fazer de qualquer emissora outra Globo, mesmo sem a retaguarda dos americanos. Morreu aos 60 anos no ostracismo, mas ainda muito rico, depois de passar pela Bandeirantes e outras...

Boni não tinha o brilho de Clark, mas era uma especialista em televisão e manteve a Globo no pico mesmo sem Clark. E fez seu nome. Boni é o sonho de todo patrão. Eficiente, fiel, trabalhador, discreto e disposto a tudo pela empresa. Depois que se aposentou na Globo também entrou no ostracismo. Não tem muito o que dizer e não pode dizer tudo.

Essa época de Boni foi retratada por um de seus ex-assessores e adversário no livro Afundação Roberto Marinho, um relato muito mais quente que o Livro de Boni, cuja maior revelação é a ajuda cosmética que a Globo deu a Collor no famoso debate com Lula na eleição presidencial. Boni passou uma parafina em Collor para parecer suor e as pastas cheias de denúncias que ele brandiu contra Lula estavam na verdade cheias de papel em branco...

O último debate entre os dois teve uma audiência de final de Copa do Mundo. Eu assisti e votava no Lula.  A verdade é que Lula recuou psicologicamente naquele momento crítico, parecendo não estar seguro de que realmente queria governar o Brasil, um massa falida...Lula literalmente pressentiu que aquele não era o momento. Fosse ele o vencedor teria o mesmo destino de Collor e a história do Brasil seria outra... Aquela derrota foi providencial e não foi mérito do Boni.

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