16,5 mil médicos se formam todo anos em 183 escolas, em todo Brasil. Apenas 40% deste médicos recém formados conseguem um vaga para a residência médica, onde se especializam. Sem especialização o médico é um clandestino em sua profissão. A propaganda de classe diz: Procure um médico especialista, consulte seu endocrinologista, etc. Os conselhos advertem: Veja se seu médico tem título de especialista. O médico clínico geral não existe mais como médico privado. Só sobra para o subemprego no serviço público. Na última década empregos públicos para médicos multiplicaram-se com o PSF ( Programa Saúde da Família, do governo federal) e a remuneração é cinco vezes maior que o emprego público concursado. Acontece que o PSF é um híbrido inconstitucional. É emprego público, mas é regido pelo CLT. Essa é a razão porque médicos recém formados evitam se conectar ao PSF e os médicos estatutários relutam em trocar seus anos de estatutário por uma aventura no PSF. Trocou o prefeito da cidade, muda o PSF. Não obstante, o PSF funciona bem em todo país e o salário é bom. Por isso fica difícil entender por que o ministério da Saúde e da Educação publicaram no Diário Oficial da União uma portaria em que se dá 20% de bônus no concurso de residência para médicos recém formado que fiquem dois anos no PSF...
Essa firula ministerial passa ao largo do problema na saúde pública. O PSF já funciona com eficiência e o gargalo é justamente na oferta de médicos especialistas...O único efeito desta portaria é na prática aumentar a oferta de médicos no PSF, sem vinculação, apenas interessados na residência médica, o que baixará o salário pago no PSF...E esse é o verdadeiro objetivo da medida. Hoje há muncípios pagando 15 mil a um médico no PSF e não conseguem contratar, porque não oferecem condições de trabalho...Agora os médicos interessados em fazer bico no sistema para depois irem para a iniciativa privada vão ser tentados aceitarem empregos em péssima condições e com baixo salário. E tem parlamentar com projeto para que os médicos da universidade pública trabalhem de graça no interior do país...
A residência médica é o equivalente da prova da OAB. É um filtro que garante que os especialistas sejam raros e recebam em média 10 vezes mais que o médico do serviço público, que trabalhe 12 horas por dia e faça plantões...
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