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segunda-feira, 23 de maio de 2011

A ficção inflacionária de Miriam Leitão

"Saga Brasileira - a longa luta de um povo por sua moeda" é o livro que Miriam Leitão lançou na semana passada. Não li o livro, mas assisti a entrevista em que ela fala sobre o livro. A impressão que passou é que se trata de uma ficção sobre a inflação onde os heróis são FHC e o plano Real, no governo de Itamar Franco. O que Miriam não conta é que a implantação do real foi uma adaptação doPlano Cavalo na Argentina, que vigorava há dois anos. Um modelo semelhante havia sido implantado no México. O esteio destes planos eram moedas sobrevalorizadas (real valia 1 dólar)) para conter a inflação com aumento da importação e o ajuste fiscal. Modelo semelhante foi implantado em toda América Latina e a inflação astronômica do continente foi controlada. O Brasil, em função da corrupção política após a ditadura militar, estava na ponta do continente:

Aqui jaz a moeda que acumulou, de julho de 1965 a junho de 1994, uma inflação de 1,1 quatrilhão por centoSim, inflação de 16 dígitos, em três décadas. Ou precisamente, um IGP-DI de 1.142.332.741.811.850%Dá para decorar? Perdemos a noção disso porque realizamos quatro reformas monetárias no período e em cada uma delas deletamos três dígitos da moeda nacional. Um descarte de 12 dígitos no período. Caso único no mundo, desde a hiperinflação alemã dos anos 1920.(Joelmir Beting)

Miriam Leitão também condena Collor. Ela envereda no complô político para apresentá-lo como um rufião que fez a maldade de tomar o dinheiro da poupança popular. No entanto, todos números apontam que o Brasil estava em melhor situação na era pós-Collor quando implantou o Plano Real. Havia saído da loucura hiperinflacionária para uma economia inflacionária. O Brasil estava com reservas cambiais e fora do monitoramento do FMI. O saldo da balança comercial era positivo em 15 bilhões de dólares em 1992, 13 bilhões em 1993 e 10 bilhões em 1994, que eram os superávits mais altos da América Latina. O populismo eleitoral de FHC depois que assumiu a presidência da repúbica levou o país a déficits na balança comercial e em 1999 o Brasil faliu após consumir as reservas cambiais , buscando socorro no FMI, com uma empréstimo de 40 bilhões. A Argentina que também fechou os olhos ao engessamento cambial também faliu dois anos depois, em 2001. E desta vez o FMI não socorreu prontamente. 

O Plano Cavallo, copiado em toda América Latina, foi o mais bem sucedido plano econômico e trouxe estabilização monetária na região e progresso. O Brasil depois que Lula assumiu decolou. Mas Dilma Roussef, sua sucessora, vendeu o governo para a elite e o passado voltou a atormentar o presente...

O livro de Miriam Leitão é uma peça de apoio ao establishment do PIG. Essa é sua função na mídia...Acreditar que ela se preocupou com o sofrimento do povo nos anos de hiperinflação é piada.


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