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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O banimento da sibutramina


A Anvisa pretende proibir a comercialização da sibutramina, a droga mais utilizada hoje no Brasil para moderar o apetite. A sibutramina foi proibida nos EUA e Europa após um criterioso estudo de acompanhamento da droga, em que ficou comprovado os efeitos colaterais graves para o sistema cardiovascular. 

Ocorre que o medicamento foi lançado no mercado com os estudos farmacológicos em que a recomendação posológica era de ser usado somente um mês, apenas no início do tratamento para emagrecer. Na prática, começou a ser ingerido por um longo tempo...E o uso a longo prazo é nocivo e causou mortes. Daí a proibição no mundo civilizado...

No Brasil o interesse comercial em torno do medicamento o mantém no mercado. A restrição da Anvisa para que o medicamento fosse prescrito em receituário azul não muda nada...E o resultado da sibutramina na obesidade é mínimo e passageiro...Os riscos são maiores do que o benefício. Mas como traz a ilusão do resultado eficaz os pacientes suplicam para que o médico prescreva. O médico prescreve para 1 mês, no outro mês o paciente procura outro médico se a receita não for repetida...

A Anvisa deveria realmente banir a sibutramina do mercado. No entanto, vai promover um debate público, ouvir prós e contras, etc; Um debate público para um assunto puramente técnico é já um aceno para o lado comercial.  Há um crivo de médicos que não querem a proibição do medicamento e há o interesse da indústria farmacêutica e neste caso estranhamente o que é bom para o EUA não é bom para o Brasil....

A obesidade é uma doença multifatorial. Há opções farmacológicas de tratamento muito mais seguras que a sibutramina, no entanto é necessário que se faça um diagnóstico mais apurado e que o paciente faça um acompanhamento psicoterápico e seja acompanhado por nutricionista. É preferível por exemplo usar anitidepressivo e ISRS (inibididor seletivo da recaptação da serotonina), seguros para uso a longo prazo do que sibutramina. Tais medicamentos têm um efeito colateral desejado para estes pacientes: faz perder peso. Enfrentar a obesidade é um desafio onde se fracassa como rotina. mas pelo menos há que se fracassar no tratamento sem riscos de iatrogenia fatal, mesmo porque na maioria das vezes o paciente não é obeso, apenas tem um sobrepeso...

Proibir a sibutramina é uma questão de saúde pública. Neste caso seguir o EUA é uma questão de prudência e respeito ao povo...


2 comentários:

  1. Eu gostaria de saber se o autor dessa matéria é endocrinologista perito, pois afirma com muita propriedade, mas não vejo ele dar seu histé
    órico profissional, nem suas fontes diretas em contrapeso a s contraalegações, pois acabo de ler o parecer do ABESO/SBEM: http://drmarcosbetoni.site.med.br/index.asp?PageName=SIBUTRAMINA-2DPosicionamento
    e eles parecem contrastar severamente com a opinião achista de um esquerdista marcartista que não pode ouvir, propriedade privada, empresa ou lucro e já se põe como paladido da verdade.

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  2. Um endocrinologista não é a opinião mais técnica, mas sim a de um farmacologista. Eu tenho o conhecimento técnico para opiniar, mas dispenso a a cartorialização do conhecimento. Eu estudo, esse é o meu dado curricular relevante...

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