A Anvisa promoveu um circo público com a finalidade de debater a proibição dos moderadores de apetite, sibutramina, e os de ação central, femproporex, anfepramona e mazindol. Todos estas drogas foram proibidas na Europa, EUA e outros países civilizados, Aqui o debate público anunciado pela Anvisa desencadeou um lobby poderoso, fortíssimo capitaneado pela Veja. A indústria farmacêutica e os endocrinologistas são contra a proibição. E a Anvisa já anunciou o recuo...
O tratamento da obesidade no Brasil tornou-se uma mina de ouro em passado recente. O segredo do sucesso foi uma fórmula que incluía diurético, hormônios da tireóide, tranquilizantes e femproporex. Era tomar e emagrecer. Os noventa dias iniciais do tratamento eram um milagre. Quando o medicamento era retirado o paciente engordava acima do peso anterior e havia os efeitos colaterais. Os endocrinologistas, que não prescreviam a fórmula entraram em guerra contra essas clínicas. A Anvisa proibiu a fórmula e alguns médicos foram presos. Nos anos seguintes aumentou a vigilância e o controle do medicamento. Cada médico que prescreve psicotrópicos anorexígenos vai para o controle geral da Anvisa e um aumento do número de prescrições gera denúncia contra o médico não especialissta, processo, etc...
O passo seguinte foi restringir os três psicotrópicos anorexígenos para a receita azul B2. E a grande verdade é que no serviço público já não se prescreve esse anorexígenos. Não há receituário para a prescrição e os médicos preferem assim. São medicamentos que causam a dependência, com fortes efeitos colaterais, sem benefícios consistentes, produzem o efeito sanfona, emagrece, engorda e com toda essa criminalização em cima da prescrição de médicos não endocrinologistas. Hoje o receituário de femproporex, anfepramona e mazindol está restrito a endocrinologistas privados.
Já a Sibutramina é outra história. Não é psicotrópico e estava sendo usado bastante até que o estudo realizado no EUA, durante 6 anos, que encerrou em 2009, com 10 mil pessoas, mostrou o risco de dano cardiovascular provocado pelo medicamento. Foi um balde água fria em uma droga que se imaginava segura. A sibutramina foi então suspensa na Europa, restringida no EUA e outros países.
Do site da Anvisa:
Novas contra-indicações de uso da sibutramina |
2. De 2005 até a presente data, o SNVS recebeu 37 notificações de suspeitas reações adversas graves com o uso do medicamento sibutramina. Deste total, 14 notificações eram reações adversas relacionadas ao sistema cardiovascular descritas em bula. A ausência de informações quanto à existência ou não de doença cardiovascular subjacente nos pacientes que sofreram as reações notificadas não permite concluir que a sibutramina tenha sido a única causa destas reações cardiovasculares.
3. O estudo SCOUT foi a base para as recentes tomadas de decisão das agências regulatórias da União Européia (EMA – European Medicine Agency) e dos Estados Unidos (FDA - Food and Drug Administration). Após análise do estudo, o Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da EMA considerou que medidas adicionais de restrição de uso não seriam suficientes para controlar o risco cardiovascular e recomendou a suspensão da autorização de comercialização para o medicamento em toda a União Européia. (2). Entretanto, nos Estados Unidos não houve a suspensão da comercialização do medicamento. A FDA notificou os profissionais de saúde que a revisão dos dados adicionais indica que os pacientes com história de doença cardiovascular em uso da sibutramina apresentam risco aumentado de infarto e derrame. Com base nesses resultados, a FDA solicitou a inclusão de novas contra-indicações na bula do medicamento, informando que a sibutramina não deve ser usada em pacientes com história de doença cardiovascular.
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