A tragédia das chuvas cumpre um roteiro macabro há dezenas de anos no Brasil. A tragédia aumenta com o adensamento populacional e traz em si a história dos desgovernos da elite mais suja do mundo. Há no mundo poucos países com uma elite tão corrupta e desonesta quanto a brasileira. E essa elite durante toda história republicana só ficou fora do poder na ditadura Vargas e no governo Lula. O resultado é a pobreza amontoada ao longo de décadas em favelas e em áreas de risco sofrendo periodicamente as calamidades climáticas. O que varia é a cobertura da mídia. Ora é intensa, dramática, quase humana e outras vezes notícia a desgraça e rapidamente muda com muita indiferença para outro tema. Em junho de 2010 nas enchentes do nordeste, 600 mil pessoas ficaram desabrigadas, cerca de 50 pessoas morreram e milhares de nordestinos não perderam apenas suas casas, mas sim suas cidades, afogadas na lama junto com cartórios, prefeituras, monumentos,etc. Vídeos no youtube, como garrafas atiradas ao mar, pedindo socorro se encontram até hoje, mas não houve comoção na mídia...
E essa chuva que no nordeste é em junho, no sul e sudeste é em janeiro e a cobertura de mídia é diferente. Na tragédia atual das enchentes nas regiões serranas do Rio, Teresópolis, Nova Friburgo, São Paulo, as mortes são exibidas como triunfo na contenda política, exibidas como uma façanha de informação, como se nossa dor e a solidariedade ficassem menor sem esse triunfalismo, como se dissessem nós temos o poder de comover e de distinguir os cidadãos do resto da massa, pinçar governantes que serão culpados e proteger os que se acumpliciam...
Nenhum comentário:
Postar um comentário