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sábado, 7 de agosto de 2010

A saúde no debate

Dilma respondendo sobre a saúde afirmou que se eleita iria completar o SUS e propôs algumas medidas , como a implantação das unidades de pronto atendimento e policlínicas de especialidades. Mas um plano para o SUS não pode se basear apenas em medidas da atençao básica da saúde, que já está muito bem no governo Lula. O problema é o atendimento hospitalar e o atendimento das especialidades. E esse é um tema que não pode tratado sem uma reforma profunda.

A demanda da internação hospitalar, das cirurgias eletivas e de urgências não pode continuar sob atendimento de hospitais cujo modelo de convênio com o SUS data de 20 anos atrás e a maioria desses convênios têm essa idade. Nunca foram respeitados e em muitos casos nem existem. Com a municipalização da gestão da saúde, que Lula herdou, os hospitais privados mantêm o poder de fazer as regras e fingem que atendem o SUS, não apresentando nenhum progresso com a mudança. O resultado é a precariedade do atendimento. O governo Lula investiu muito no atendimento das atenção básica da saúde, um modelo para o mundo, mas não conseguiu solucionar a questão do atendimento terciário, uma estrutura viciada que tem se mantido com a conveniência de prefeitos e ministros. Os mutirões da saúde elogiados por Serra no debate são uma esmola para o cidadâo. A doença não é colheita, que tem um tempo determinado,a doença é diária...Dilma precisa criar um SUS hospitalar.

No que se refere a especialidades médicas, mais precisamente à faltas destes profissionais no serviço público, não se resolve sem uma reforma dos cursos de medicina. Hoje 60% dos médicos ficam fora das residências médicas que o habilitam nas especialidades. Ficam de fora porque não há vagas. A residência médica deveria ser incorporada ao currículo da graduação médica, aumentando o tempo do curso para 8 anos. Obviamente que para isso o governo precisa enfrentar a estrutura milionária da medicina privada e sua influência na política de saúde pública. Afinal, o paciente da rede pública acaba buscando o atendimento particular. Dá forma como está hoje, não há razão nenhuma para o especialista trabalhar no serviço público mal remunerado. Por outro lado, a valorização do título de especialista pelos órgãos oficiais da medicina em campanhas midiáticas faz com o que o clínico geral seja visto com desconfiança pela sociedade. A clínica geral é hoje um suicidio profissional...

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