Translate

domingo, 27 de dezembro de 2009

Escrito em 23 de janeiro de 2004

Graças a Deus, Lula venceu a batalha do primeiro ano de governo. E venceu com sobra os críticos desleais. Críticos esses animados por um furioso preconceito, um certo nojo de ver no Palácio do Planalto um ex-metalúrgico, migrante nordestino, de dicção sofrível e distante das normas gramaticais. E que mesmo depois de 30 anos frequentando os círculos políticos e culturais do país e do exterior,  recusou o verniz, o polimento, que o afastaria definitivamente das suas origens. Por isso odeiam a sua vitória, o sucesso e se recusam aceitar sua dimensáo de estadista, a sua profunda inteligência e o formidävel talento político de administrador sério, ético, muito distante do populismo terceiro mundista dos seus antecessores, rompendo o padrão tradicional, aceito como verdade insofismável pelas elites, de que para ser popular o governante necessita de políticas populistas.


A ferocidade desses críticos e adversários não surtiu o efeito esperado, exceto o de solapar o ânimo da classe média mais preconceituosa e egoísta. Cobraram do presidente eleito em todos os 365 dias do ano a queda do desemprego, a queda dos juros e o crescimento da economia. Uma cobrança diária, infernal, em grandes manchetes, criticando o bem sucedido ajuste econömico e fiscal do novo governo, considerando-o uma rompimento com a tradição da esquerda, ou o que seria mais preciso, com o estereótipo da esquerda construído como imagem do Partidos dos Trabalhadores pela mídia e que serviu para assustar durante décadas o eleitorado mais conservador e influenciável. O fato é que nunca cobraram do governo anterior nada disso, sequer a redução da taxa Selic . FHC era Deus e de Deus não se cobra nada.


Contudo, a imagem de Lula continuou incólume junto a população. Talvez Deus, o outro, não FHC, esteja do nosso lado ou o povo seja mais sábio do que se imagina. Lula venceu a primeira batalha, mas a guerra continua. A verdade é que o PT revelou-se um partido muito menor do que Lula. Tudo está nas mãos do Presidente. Tudo! Que Deus o ajude...De concreto, teremos até o final de sua gestão 1440 charges, que chova, faça sol ou caia neve, veiculadas em ração diária de achincalhamento da imagem presidencial, pelo Jornal Nacional!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário