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sábado, 28 de novembro de 2015

O caso Delcídio- Romário

Um senador só pode ser preso no exercício do mandato se cometer um crime inafiançável ou em flagrante delito. O senador Delcídio do Amaral foi preso por um crime que sequer existiu: ter tramado a fuga de Nestor Cerveró, um dos primeiros preso na operação Lava Jato. Também foi acusado de impedir a delação premiada dele. Acontece que Cerveró já tinha feito a delação premiada. E a transcrição do áudio mostra ainda o contrário destas alegações, Delcídio reclamando que Fernando Baiano passou a perna no Cerveró ao conseguir negociar a delação premiada com material preparado por ele. Segundo o próprio Bernardo, Fernando fez crtrl c, ctrl v. O Baiano hoje já está em casa, na sua cobertura.  A transcrição do áudio mostra conversas truncadas, gravada por Bernardo Ceveró, filho do presidiário, que se aproveitou a amizade do senador com seu pai. Delcídio comenta na gravação que conhece Bernardo desde criança e menciona a grande amizade com seu pai, os dois trabalharam juntos na Petrobras no governo FHC. Nas conversas gravadas existe a menção  da nomeação de dois diretores na época da saída de Graça Foster da presidência da Petrobras. Isto foi em fevereiro deste ano.. Por que então a violenta prisão de um senador no exercício do mandato, o que jamais aconteceu na nossa república, sem que tivesse cometido um crime, com base em uma gravação clandestina de conversas particulares com mais de 10 meses, que não provam qualquer crime?

A resposta está no começo da gravação e que agora vai se clareando. E isto tem relação com o outro preso, o banqueiro André Esteves, que não estava presente em nenhuma das conversas gravadas e é desconhecido de todos, exceto Delcídio que o menciona ter sido procurado Eduardo Paes e Romário, depois de fecharem um acordo político, mas que tinha um viés a ser resolvido, a história de conta do senador no BSI Suiço. Esse banco é propriedade do BTG Pactual de André Esteves. Ai é que está a questão. A Veja fez a denúncia que Romário tinha cinco milhões nesta conta do BSI. Romário negou veementemente. Em seguida viajou para a Suiça, voltou com uma declaração do BSI negando que tivesse conta na instituição. A Veja foi obrigada a pedir desculpas públicas. Calculei que o grupo Abril iria  der qualquer maneira acertar as contas com Romário, só não imaginei que conseguissem tão rápido. Isto resolve esta história violenta que colocou o congresso de joelhos.

Delcídio e André Esteves estão presos porque a traição armada por Bernardo Ceveró gravou uma conversa que sugere ter Delcídio conseguido com o banqueiro André Esteves a declaração do BSI negando a existência da conta de Romário. Agora já começou na mídia o cerco ao senador artilheiro...


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Prisão do senador Dulcídio viola a imunidade parlamentar

A prisão do senador Delcídio, ontem PSDB, hoje PT, violou a imunidade a parlamentar e confirma o caráter político da operação Lava Jato. O Senado de joelhos referendou a humilhação em votação aberta. O senador Delcídio, carrasco do próprio PT na CPI do mensalão , não foi processado nem condenado e agora prova do veneno que ajudou temperar auxiliando a oposição. É  só um peixe pequeno no mar da lava jato. A coisa só vai parar quando prenderem Lula....

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A verdade sobre a tragédia de Mariana-MG

A ruptura das duas barragens de contenção da mineradora Samarco é de longe a maior tragédia ambiental provocada por uma empresa no Brasil. Também se tornou a mais blindada de nossas tragédias, uma imensa caixa preta na cobertura da mídia. Paradoxalmente é também mais fácil de se entender. Não há mistério, não há imponderável.

A mineradora Samarco pertence a Vale S.A, o que já explica a blindagem da mídia, as coberturas vergonhosas, como por exemplo  a reportagem do Fantástico no domingo. A Vale S.A é o nome novo da Companhia do Vale do Rio Doce, fundada por Getúlio Vargas e privatizada por FHC em 1997, contra mais de cem ações populares na justiça. Depois a empresa se tornou a joia da coroa de privatizações do governo tucano, apresentada pela mídia como exemplo de sucesso, em função dos lucros espetaculares.  Essa história da privataria tucana acabou caindo no esquecimento, mas eis que em 2012, a Vale voltou a berlinda e o véu do sucesso foi rasgado ao receber o prêmio de pior empresa do mundo, o Oscar da Vergonha, eleita com mais de 25 mil votos, em um universo de 88 mil votantes no mundo inteiro, derrotando a japonesa Tecpo, do acidente nuclear em Fukushima , Japáo, que desalojou 80 mil pessoas. Public Eye Award é promovido em parceria com o Greenpace e escolhe a pior empresa do ano há 15 anos.  A Vale S. A, proprietária da mineradora Samarco, foi escolhida por sua longa trajetória caracterizada por condições de trabalho desumanas, violações de direitos humanos e destruição do meio ambiente” em sua atuação em 36 países. Essa é a jóia da coroa de FHC, que por ironia do destino tirou o Rio Doce do nome e agora matou o rio. A joia da coroa da privatizações tem que ter a imagem protegida nesta tragédia, por isso essa invenção de abalo sísmico na região de Mariana que ninguém viu. Segundo o site americano HuffPost Brasil  a mineradora Samarco aumentou a produção em 2014, gerando 23 milhões de rejeito por ano, sem aumentar a capacidade das barragens.

Essa é a razão da blindagem da tragédia. A área do acidente foi isolada, não se viu atuação da defesa civil, 40 bombeiros sozinhos para vasculhar uma área imensa com mais de 500 casas,  Somente agora os bombeiros conseguiram permissão para que parentes de desaparecidos fossem apontar suas casas.  Mortos escondidos.Hoje temos trezentas mil pessoas sem água, 26 mil crianças sem aula e massa de lama de minério de ferro continua  descendo rios, indo para o Espírito Santo...

Essa é a história da Vale sem o Rio Doce de FHC, agora um rio morto...