Translate

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Gugu continua Gugu

O retorno de Gugu à programação da Record, após dois anos, teve como grande chamariz a presidiária Suzane von Richthofen, que cumpre pena por assassinar os pais.  Suzane jamais falou na mídia. Sua tática era parecer uma pobre coitada, infantilizada, que foi coagida pelo namorado a assassinar os pais. Ficou célebre uma reportagem deste tipo que encenou para a Globo antes do julgamento. Portanto, sua participação no Gugu era um furo jornalístico. Mas foi tudo menos um trabalho de jornalismo. A entrevista mostrou Gugu como um pato velho sendo manipulado por uma articulada e sedutora Suzane. A contrapartida disto é que para um bom observador ela se mostrou por inteiro.

Suzane é uma psicopata. A psicopatia é algo ainda abordado com certa confusão na psiquiatria, porque é representada ora pela sociopatia, ora pela perversidade. Psicopatas são pessoas absolutamente normais. São eles que governam o mundo e se destacam em todas as áreas, especialmente na política, na mídia, no mundo empresarial. Não fazem nada sem planejamento e não jogam para perder. Dormem o sono dos justos e jamais serão pacientes da psiquiatria. São o oposto dos neuróticos. 

O que diferencia os psicopatas do resto da humanidade é sua total inabilidade para se colocar no lugar do outro e a ausência de um código moral inato. A verdade para eles é relativa. Ou seja, não sofrem moralmente se cometerem um crime. Dentro se si, encontram argumentos para justificar seus atos. Matam se alguém atravessar seu caminho e lhe causar problemas. E não existem limites afetivos. Psicopata é o único criminoso que mata sabendo o que está fazendo. Psicopatas, para resumir de verdade, são os verdadeiros ateus.  Não são raros, portanto, em crimes hediondos e serão modelos para os psicopatas que estão na infância e adolescência. 

Suzane já está com um pé na rua, por isto a sua mudança de tática. Já Gugu fez na entrevista uma apologia ao crime. Suzane, dentro do seu planejamento psicopático, trabalha agora para conquistar a opinião pública. Assumiu um romance homossexual porque isso lhe é  vantajoso na cadeia e também está na moda e visto com bons olhos na sociedade. Assumiu pela primeira vez sua responsabilidade no crime, mas sempre colocando o namorado como o responsável por tudo. Sempre com delicadeza, bem cuidada, bonita, articulada, a voz no tom certo, o olhar cativante e intenso, o sorriso aberto, ela só não conseguiu passar emoção ou derramar uma lágrima. Quando fala em arrependimento fala primeiro sobre o que perdeu, as dificuldades, o sofrimento de que foi vítima após o crime. Com um cinismo sereno fala da ausência da visita aos domingos dos país, como se tivesse esquecido que os assassinou, Gugu, como um pato velho, a tratava como se tivesse ganhado uma medalha de ouro, fosse a nossa heroína, que errou por causa das más companhias. Não precisou explicar o que significa executar os país e depois ir para um motel, dia seguinte chorar em desespero no enterro. Obviamente que deve ter pingado colírio nos olhos e depois feito o teatro...

Gugu ainda trouxe para a entrevista Sandrão, com quem está casada segundo as leis do presídio de Tremembé. O idílio amoroso, simpático, moderno, coroou uma das piores entrevistas da televisão brasileira. Gugu esqueceu completamente que ali estavam duas criminosas, uma cumprindo pena por matar uma adolescente de 14 anos e a outra que planejou a execução dos país, enquanto dormiam.

Tremembé é o retrato do Brasil, Quanto mais hediondo o crime, mais confortável e exclusiva é a cadeia. Suzane, a doce, já derrubou um promotor só com sua palavra. Agora fez de um apresentador de tv veterano e hipócrita um pato velho ainda mais medíocre e mais hipócrita...

Nenhum comentário:

Postar um comentário